Com essa virada de década ou de ano que hora acontece, andei conversando comigo mesmo, procurando fazer um balanço a respeito da vida e dos acontecimentos; os bons foram maravilhosos, os nem tanto foram muito bons e os ruins ou difíceis são sempre mutantes e acabam alcançando a marca da excelência já que contribuem e aperfeiçoam de alguma forma para o crescimento...
A vida me parece um gigantesco jardim e quanto mais dentro dele eu caminho, mais me encanto...Sinto-me agraciada, cheia de oportunidades para perceber pouco a pouco a sua amplitude... E esse imenso jardim se iguala ao Universo e tudo que nele possivelmente exista; cada indivíduo em seu microscópico mundo vive cercado por uma variedade incrível de pessoas com sua luz, cor e intensidade... São como satélites, estrelas anãs, ou poeira cósmica.. os fatos e acontecimentos seguem da mesma forma. Somos os criadores das nossas vivencias, passagens tão belas, tão harmoniosas, tão difíceis, chocantes, explosivas, revolucionárias muitas vezes, mas que em verdade, são extraordinariamente encantadoras... Intensas a ponto de nos lançar a estratosfera causando orgasmos mentais ou nos tirar do eixo com tanta fúria que em vórtice caímos nas mais profundas tristezas.
Curtir, pensar, sentir, rejeitar, construir, elaborar, sofrer, gozar, e tantas outras sensações, são posicionamentos que nos levam exclusivamente a dois lugares; crescimento e busca da plenitude ou a estagnação, que nada mais é senão abnegar a própria vida já que em cada momento, troca, conteúdo e grau de importância, depende de como recebemos ou compreendemos, permitimo-nos a aprender,fazer escolhas e tomar decisões.
Ainda que muitas coisas do dia a dia passem batidas, tenho por hábito, aprofundar. Rememorava aqui momentos recentes e bem distintos; dia desses Shibui falou; amar alguém é uma decisão pessoal... Noutro dia, recebi de outra pessoa uma crítica, daquelas embebidas em veneno de surucucu e noutro dia ainda, elogios rasgados de um grupo de amigos... Então há uma diversidade infinda de informações que chegam e cada uma delas que ouço, leio, vejo, sinto, estico meu pensamento até o último milímetro. Absorvo como esponja, ou como aquelas pedrinhas que quando atiradas num lago, saem quicando e expandindo em círculos o movimento da água. Busco nesses entremeios e arredores, os princípios, os motivos, as razões, os signos de cada informação seja vinda através de frase / palavra, fato, ação - espontânea ou não, ou qualquer outro meio que chegue até mim... Aí degusto, masco, digiro, concordo, discordo até obter meu próprio ponto de vista para que, dependendo do caso, eu aprenda ou delete.
Carrego a bandeira sobre a idéia de que tudo faz parte de uma mesma Unidade, onde um depende do outro para formar o todo e assim, crescer e aperfeiçoar... Por isso, por minha maneira de ser e por tantas outras razões, deliberei que a vida me encanta em qualquer sentido e em qualquer momento. Porque curtir parte desse aprendizado é, sobretudo, o que mais êxtase me causa.
Ao mesmo tempo, aqui do patamar de tempo da minha existência tenho noção da minha insignificância e o quanto ainda estou engatinhando. Sei o lugar que me cabe e que quando chegar a hora de ir embora, o meu estágio será de neófita e não terei aprendido ainda, a metade da metade da metade.
Em resumo, hoje, no primeiro dia de 2011, posso dizer com toda segurança, que eu sou de fato uma pessoa FELIZ... Uma aprendiz dando cabeçada de monte, mas muito FELIZ!!