12 de janeiro de 2008

Hilda Hist

Como se te perdesse, assim te quero. Como se não te visse (favas douradas sob um amarelo) assim te apreendo brusco Inamovível, e te respiro inteiro Um arco-íris de ar em águas profundas. Como se tudo o mais me permitisses, A mim me fotografo nuns portões de ferro Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima No dissoluto de toda despedida. Como se te perdesse nos trens, nas estações Ou contornando um círculo de águas Removente ave, assim te somo a mim: De redes e de anseios inundada.
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Vida da minha alma: Um dia nossas sombras Serão lagos, águas Beirando antiqüíssimos telhados. De argila e luz Fosforescentes, magos, Um tempo no depois Seremos um só corpo adolescente. Eu estarei em ti Transfixiada. Em mimTeu corpo. Duas almas Nômades, perenes Texturadas de mútua sedução

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Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.

Antes, o cotidiano era um pensar alturas

Buscando aquele outro decantado

Surdo à minha humana ladradura.

E que descanso me dás

Depois das lidas.

Sonhei penhascos

Quando havia o jardim aqui ao lado.

Pensei subidas onde não havia rastros.

Extasiada, fodo contigo

Ao invés de ganir diante do nada.

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